segunda-feira, 10 de março de 2008

Árvore




Pétalas que caem sobre raízes enrijecidas. Raízes rígidas e profundas para então o tronco se expor ainda rígido e firme. Os galhos que nascem mais ousados e flexíveis se distanciando do centro e se lançando no espaço, rasgando o vazio na incerteza. Folhas livres da rigidez, leves e soltas, dançando a chuva, o vento e os animais que a cercam. Folhas levadas a brincar essa profundidade que as sustenta. E aí então a flor que se expõe completamente na beleza de sua entrega, no máximo de sua fragilidade, para intensamente viver instantes e então se permitir morrer, e no momento mais belo, soltar suas pétalas para que pousem já escuras, sobre as raízes permanecidas. Pétalas que caem sobre raízes enrijecidas.

2 comentários:

Garbo disse...

Porra, muito boa prosa, qdo li da primeira vez achei q ficaria melhor em poesia e estrofes, mas qdo li novamente, acho q entendi com mais profundidade e vi q como estava era amelhor forma.

vc o lapidou ou postou da forma como saiu?

Danilo Dal Farra disse...

Rapaz foi como saiu mesmo. Pra falar a verdade tomei uma bronca da minha tia que é uma tremenda belíssima poetisa pela falta de cuidado com os detalhes das publicações. Estamos revisando agora. Mas muito obrigado pela generosidade do seu comentário. Grande abraço.
Danilo