domingo, 9 de março de 2008

Plena vida


Então nos tiram toda cobertura de carne, escorrem todo o sangue, recolhem os ossos. E aí estamos, pelas ruas, pelos palcos, pelas praças, parecidos conosco, como uma estrela. Quando eu morrer quero ser lembrado por este momento onde consumo toda minha vida, de uma vez, em um só instante. E é por que eu vivo assim, e sempre, que a cada instante, consumo novamente toda a minha vida, porque ela, a vida, transborda aqui (aponta o peito) e me enche dela novamente para que eu possa consumi-la toda novamente. Quando eu morrer quero lembrar o quanto de vida não economizei, o quanto vivi, intensamente, e, consciente dos perigos, vivi ainda mais intensamente, só de birra, e fui ainda mais feliz, só de birra.

2 comentários:

particula disse...

hei-de voltar:)

Roberto Mauro disse...

Parabens pelo seu blog. Parabens pelos textos. Voce escreve como se estivesse gritando, e pouco se importando com quem escuta. Mas mesmo quem finge não escutar ou entender, não consegue ficar indiferente.Parabens