domingo, 9 de março de 2008

Pedras e retalhos


A vida não é a soma de pedras, buracos e flores que cruzam seu caminho, mas sim o que você tira delas, como você se relaciona com elas e como você se modifica com elas. Fechar é como viver em casa e se convencer de que nada existe lá fora. Por isso eu, mesmo correndo tanto risco, abro janelas e portas, sempre mais, e faço com que tudo que me modifique, modifique sempre pra melhor. Por isso eu choro sempre mais (é muito difícil pra mim, chorar) pois lavo cada vez mais minha alma que está reaprendendo a se abrir. Choro com essa cachoeira de vida no peito - é tudo tão intenso que às vezes acho que vou enlouquecer, mas continuo optando em deixar esse volume de água bater no peito. Por isso sinto meu amor aumentar e minha capacidade de senti-lo e trocá-lo ser cada vez maior. Por isso não recuo, minha vida é só pra frente. Por isso vivo o presente, pois amo essa vida agora, assim. Por isso me modifico: pra ele, pra esse exato instante. Por isso não tenho medo de errar. Por isso não tenho medo de ter medo. E erro muito. E me divirto com isso. Pois o instante tem essa perfeição de ser imperfeito de poder conter erros e acertos, mas principalmente ser.

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